21:53:00 fallemospsi 0 Comments



DUAS RAÇAS, UM MUNDO, DUAS PERSPECTIVAS

O ser humano está tranquilo, travando suas eternas guerras por ideologias, política, religião, recursos naturais, pedaços de terra, drogas e dinheiro e tudo levando ao poder... Séculos e séculos de matança, destruição e discussões fajutas apelando pela compreensão e pela paz, agora, imagine neste cenário perturbador e caótico, porém com certa organização, a presença de outra raça...Uma raça totalmente diferente da raça humana em todos os aspectos, físico e cultural, o que esperar?  É claro que alguns mais otimistas e sonhadores dirão, “nós nos acostumaremos” “no início complica, mas depois seremos um só”, “será incrível”, etc, mas seria o ser humano capaz de viver em harmonia com outro ser vivo inteligente? Dividir o seu mundo? Talvez quando o ser humano não quiser mais dividir o seu próprio mundo para grupos, quando o ser humano não quiser mais lutar por questões raciais, religiosas, quando não ver mais a mulher como um objeto e um ser de segunda categoria, pode ser que aconteça de outra raça conseguir viver aqui em paz. Como pode um raça que luta contra sua própria espécie abraçar outra raça diferente em seu mundo? O que descreverei poderá parecer clichê de filme de ficção científica, mas é o cenário que não consigo ignorar. Primeiro chegam os seres, aos poucos, sem alarde, eles não querem se esconder, querem fazer parte deste mundo porque o seu já não comporta mais meios de sobrevivência, não vem em naves, mas sim por uma abertura dimensional, que usam para viajar. Aparecem em vários pontos do planeta e por seu nível intelectual, conseguem aprender o básico de cada língua para se comunicar. Ai, tudo começa... Os seres humanos terão a princípio medo, afinal estão vendo seres humanoides, mas totalmente diferentes deles, pensarão que tudo que viram durante anos no cinema, está acontecendo, uma invasão de seres horríveis e sanguinários. O desespero se inicia, mesmo que os seres tentem explicar o motivo de sua vinda. As pessoas chamarão por ajuda, virá a policia, e as forças armadas, com a noticia de que estes seres foram visto por todo o planeta, até o cidadão comum se armará e grupos religiosos e radicais políticos bradarão pela defesa da família e do ser humano, desejando a morte imediata destes seres. O caos também acontece entre os recém-chegados, e mediante a violência humana, os seres se defendem. A medida que mortes acontecem de cada lado, mais e mais pessoas formam grupos para destruir o suposto invasor. Os governos e os militares verão a situação por outro ângulo, afinal, seres inteligentes tem tecnologia, e tecnologia é poder, estudar os seres também é interessante, podem ter longevidade, super força e isso interessa a raça humana. Como os seres poderiam imaginar que uma raça que luta entre si por causa da cor da pele, iria recebe-los com tanto medo e agressividade? O mundo muda com isso. A economia cai vertiginosamente, o desemprego, a fome e a intolerância se mesclam. O medo faz as pessoas atirarem uma nas outras acreditando que são seres disfarçados. Quando grupos isolados dos visitantes colocam em ação sua religiosidade ou algo que valha, os humanos veem isso como algo demoníaco e que deve ser destruído a todo custo. Acampamentos dos seres são atacados e estes seres retribuem fazendo o mesmo. Uma doença se alastra entre todos, talvez humana, talvez alienígena. A morte se espalha na forma de um vírus que ceifa vidas dos dois lados. Poucos, raros na verdade, se unem aos seres para identificar a doença e criar meios de salvar a todos, mas a desconfiança existe entre todos. Os anos se passam num planeta devastado por guerras e doenças, um dia, a cura é descoberta e finalmente a civilização de ambos os lados é salva. O governo numa aparente demonstração de evolução social, reserva um local no planeta para que a raça alienígena sem armas, possa viver, mas os usa em seus experimentos. A busca por tecnologia foi em vão, e por isso os aliens estão vivos, para que possam mostrar algo que interesse aos governos. O tempo passa e não há amizade entre as duas raças e sempre que possível, um humano mata um alien, que não é considerado crime pelas leis terrestres... Vinte anos se passam e nada favorece ao ser humano e por coincidência, os aliens também analisaram os homens e descobriram seus pontos fracos, e resolveram sair do cativeiro. Nova guerra acontece repentinamente, sem que ninguém saiba como começou. Os visitantes cheios da raça humana e sua loucura resolve tomar a Terra e ataca com tudo que tem escondido e dizima passo a passo, os seres humanos até que só resta um pequeno grupo de um milhão de pessoas. Os alienígenas também são poucos agora e resolvem se aproximar dos seres humanos e pela primeira vez em muitas décadas, falar o que os levou a Terra. Os humanos ouvem e parecem entender. Durante outra década, terrestres e aliens vivem em harmonia, e logo a tecnologia é dividida, levando o ser humano a um patamar de evolução técnica nunca vista antes... Um belo dia, os humanos que se reproduziram mais rápido que os aliens,  de posse da tecnologia, dizima todos ao seres e se espalham pelo mundo. Cinquenta anos depois, territórios são formados, cada grupo tem nome próprio, bandeira e se formam novas nações, que mais para diante entram em conflito e destes conflitos, com a Terra já cheia outra vez, acontecem guerras mundiais e lutas raciais e religiosas... Tudo outra vez. Lógico que faltam elementos nesta história, mas assim mesmo serve para mostrar como acredito que seria.

Talvez seja uma forma negativa de ver o ser humano, mas a história da humanidade não nega que poderia ser desta forma que tudo ocorreria. Os seres humanos tem dentro de si, uma energia grandiosa pela destruição e pelo conflito armado. Se, fora desta historinha que contei, o ser humano se deparasse com seres alienígenas vivendo aqui, com certeza haveria conflito de tal forma que sobreviveria apenas uma das duas raças, a humana ou a alien. Para que o ser humano seja receptível, é necessário se acostumar com seus iguais primeiro, para depois poder ir além de seu próprio mundinho.


Emilson - 2015



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