Reflexão

16:56:00 Fabiano L. Lemos 0 Comments



Quando decidimos que viver é uma maravilha, que não há benção maior, que de todos os atos aleatórios do universo, este é o mais incrível, que somos (por definição religiosa) a imagem e semelhança de Deus, que somos a maneira do Cosmo entender a si mesmo, etc., pergunto porque ignoramos tanto as pessoas? Queremos buscar se há vida extraterrestre, queremos aber se há vida após a morte, queremos saber se existem intraterrenos, fadas, gnomos, silfos, chupacabras (definição latina), entre outros ditos mistérios, mas não nos importmos se há alguém passando fome neste momento. Eu sei que podemos lamentar quando vemos pela televisão, povos africanos em situações de miséria, ou melhor, abaixo da linha da miséria. Povos em guerra, sem conhecer o significado da paz, a fome, a doença... Mas quando mudamos de canal, tudo aquilo que vimos, desaparece como se nada tivesse ocorrido. Não nos importamos a menos que aconteça conosco ou com aqueles que amamos. O problema da maioria dos seres humanos é que olham somente para aquilo que está dentro do seu perímetro de conhecimento e segurança, além disso, é problema dos outros. Quando foi que aprendemos a pensar assim? É verdade que existem grupos e pessoas engajados em ajuda humanitária, arriscando a própria vida em ambientes hostis para salvar pessoas que não conhecem, mas duas coisas ocorrem nestes grupos... Uma é, que fazem, porque sabem que não está descartado a possibilidade de que ocorram com elas também, e desta forma sentem como se distanciasse do perigo provável. Outra é que estas pouquíssimas pessoas, se comparado a quantidade de seres no mundo (7 bilhões) são menos que nada, entendem exatamente o que é o sofrimento alheio mesmo sem ter que vivencia-lo. Em sete bilhões de seres, quantos estão dispostos a ajudar sem se beneficiar com isso? dez mil? mil? cem pessoas? Queremos e desejamos a paz na Terra, queremos que a política seja mais inteligente e não produtora do "conflito total", queremos que novas doenças não sejam produzidas - parece estranhao dizer que são produzidas não é? Mas vamos ver quantas doenças surgiram supostamente do nada, AIDS, Hantavirus, Ebola, o CANCER que ultimamente tem crescido de forma alarmante, problemas genéticos, Gripe Asiática, Gripe das Aves, entre outras... De onde vieram? Dos meteoritos que cem na Terra? Dos alienígenas que as trouxeram com eles? Do desmatamento das florestas? Ou da justificativa mais comum, da poluição? - Eu sei que queremos que tudo acabe, e a coisa ficou de tal forma, que as "mentes pensantes" (patético) do mundo, dizem que isto acontecer é uma utopia. Pode ser mesmo atualmente.
Se pensarmos no homem das cavernas, com sua vida simples dentro de um contexto de sociedade, não conseguimos compreender como chegamos a este momento de destruição moral, política, social, sexual e cultural que chegamos. N´´os nos imbecilizamos, ou alguém ou algum grupo nos imbecilizou? Não falo de nenhuma conspiração iluminati ou de alguma ordem secreta, falo daqueles que lucram dirigindo a burrice dos outros. Nos tornamos burros porque entramos num sistema de labirinto tal, que já não sabemos como sair dele, e na maioria das vezes, alguns nem querem mais. Talvez voce pergunte o porque, e usando um termo da psicologia, eu diria que não querem deixar seu lugar de conforto e segurança, já que fora do labirinto tudo é estranho. Temos que parar de lamentar a sorte dos outros e ignorá-la depois, pois cada vez que fazemos isso, nada a mais que poderia ser feito, realmente é. Falamos mal de judeus, de muçulmanos, de católicos de evangélicos, criticamos a política dos EUA, da Russia, da China, do Oriente Médio, das pessoas ricas, dos grandes astros do futebol, dos lideres da América Latina... Mas só reclamamos, não fazemos nada. Não precisamos de nenhuma revolução política no mundo, já que muitas aconteceram e nada trouxe de crescimento... Não falo de nenhuma luta armada, pois no mundo é o que mais acontece. Falo de uma consciência coletiva, uma vontade humana de querer e fazer com que as coisas mudem.
Acham que aqueles que estão no carnaval no Rio de Janeiro, ou andando de Gôndola na Itália, ou jogando golfe na Escócia estão preocupados com a quantidade absurda de guerras que existem no mundo? NÃO. Acha que se preocupam com aquelas crianças ossudas e cheias de moscas que morrem lentamente de fome na Africa? NÃO. Então pergunto a todos voces: Será que precisamos sofrer para entender o sofrimento que de certa forma temos responsabilidade dos outros? Será que precisamos sentir fome para entender o que crianças sem esperança alguma sentem e jogamos toneladas de comida no lixo diariamente? O que aconteceu conosco? Um povo tão religioso que fala de Deus, de santos, de anjos, de profetas, de seres ascendidos e não fazemos nada, porque preferimos deixar para que outros façam, e não fazem. Que futuro estamos realmente preparando para aqueles que virão depoios de nós? Um futuro negro digno dos filmes de ficção pós guerra? Um futuro que demonstra o nosso fracasso? Pensem nisso, pois cabe a cada um de nós esta responsabilidade.

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