Nossas ações são observadas nesta época?

15:49:00 Fabiano L. Lemos 0 Comments


Observando atentamente, com olhar psicológico, vemos algo muito curioso nesta data que corresponde ao período de Natal e Ano Novo... Nesta época, todas as pessoas parecem reagir de forma interessante. Estão mais sucetíveis a "bondade", falam mais de "amor", alguns chegam a esquecer, mesmo que por tempo limitado, suas diferenças. Outros no entanto, entram num sistema de depressão e tristeza profunda, estas ligadas a perdas de entes queridos, ou relacionamentos mau resolvidos, mas qual a comparação deste momento com os demais meses do ano? Nesta época, há uma atmosfera curiosa, uma espécie de "magia" no ar. Que magia é essa? Será que fantasiamos este momento como o de uma salvação pessoal? Se for assim, porque buscamos tanto redenção, somente nesta época do ano e não no ano todo? è comum e correto pensarmos que há questões religiosas que influenciaram as questões psicológicas, e estas nos regem e direcionam a uma situação de "mea culpa" quando estamos para mudar de ciclo.
Fazemos escolhas controversas, tomamos decisões duvidosas e agimos na maioria das vezes, de maneira grosseira, sempre exigindo o que não somos capazes de fazer, e obrigando ao outros, a fazer o que jamais faríamos. Somos complicados e não fazemos o menor esforço para mudar, mas quando chega nesta época, nos sentimos diferentes, uma diferença psicológica, como se a mera mudança de nossos atos neste curtíssimo momento, pudesse desfazer o que fizemos de errado, uma forma de redenção. Religiosos seguem doutrinas que os impelem a determinados rituais que podem ou não, segundo o entendimento de cada um, a busca de salvação, o que os daria no Ano Novo, a oportunidade de "zerar" seus "pecados", isso é até compreensível, mas o que dizer daqueles que são religiosos de ocasião e os que não se importam com isso e ao chegar nesta época mudam suas atitudes? O que há de ancestral nestes atos? Será que todos agimos assim, porque durante os anos foi impresso em nosso DNA, esta forma de agir? Usamos a nossa herança genética, nos dada por ancestrais distantes como uma atitude programada da qual não temos noção exata? O que significa esta nossa maneira de agir e nossos atos de reconciliação, que parece durar no mínimo até dia 26 de dezembro e no máximo até dia 2 de janeiro? Seria esta época, realmente mágica e capaz de mexer com pessoas mais sensíveis, a ponto de mudá-la e torná-la amável e mais educada? Talvez.
Sendo ou não uma questão de herança genética, religiosidade, psicologia, ou mera reação coletiva, o fato é que ocorre, e ao menos neste momento, tudo parece atingir algum significado lógico, que nos afasta mesmo que por um curtíssimo período do caos. Não queremos e sabemos disso, viver dentro de um sistema caótico do qual não temos controle, isso é ruim, pois não gostamos, isso é natureza humana, de não ter controle das coisas... Um paradoxo é claro, se todos tem controle de algo, criamos caos, se ninguém tem controle de nada, criamos caos, assim abrimos portas para que o controle passe a alguém... A mídia, as igrejas, aos políticos... Pouco importa, o certo é que acontece. Não teremos meios comuns para determinar o que nos move a certas atitudes, mas podemos, cada um de nós, tentar entender o porque assumimos certas posturas em determinadas épocas do ano.
A observação de nós mesmos, é uma forma de auto conhecimento, algo que precisamos, principalmente porque estamos tão acostumados a julgar os outros e esquecermos de nós mesmos. A atenção a nossa vida, faz-se necessário, para que não venhamos a praticar erros, pelo menos os mesmos que nossos ancestrias praticaram, e podermos dentro de um contexto de "verdade", tentar mudar o futuro. Sermos o que somos durante todo o ano, seria por si só, um ato de realidade, e não esperarmos psicologicamente que o Natal chegue e assim o Ano Novo, para parecermos "perfeitos", "mudados" e em busca de "salvação". Agora, parece também fazer sentido a filosófica frase: "conhece-te a ti mesmo". Pensem sobre isso!

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