11:00:00 Fabiano L. Lemos 3 Comments





PAIXÃO

Sempre falamos sobre paixão, sobre estar apaixonado, como algo lindo, vibrante e por vezes nos causa sofrimentos quando não correspondido... Mas pensar em paixão, nos leva a algo além do sentimento que temos por outra pessoa, nos leva a química e psicologia envolvida nisso.
Exalamos o tempo todo, um aroma, um cheiro chamado feromônio, que é sentido por todas as demais pessoas, que também nos transmitem este cheiro e decodificamos o aroma como uma informação sobre a pessoa. O aroma que sentimos nos diz tudo sobre as pessoas à nossa volta, nosso cérebro decodifica as informações recebidas e aquela mais apropriada a nós, ou seja, aquela que tem o DNA compatível conosco, que não tem doenças, e que daria descendentes fortes e saudáveis, isso pode ser visto como "seleção natural", gerando filhos melhores e mais fortes para a sociedade. Uma vez que o DNA é compatível, entra em cena, outra atividade de nosso cérebro, a preparação de nosso corpo para que junto a pessoa que decodificamos, possamos gerar filhos. Mas não basta apenas escolher e preparar o corpo, é necessário haver atração entre os dois seres, ou então, não terá valido tanto esforço. É ai que entra o que chamamos de paixão, um sentimento que nos faz ficar mais atento a pessoa que escolhemos por meios químicos, para dar continuidade a nossa espécie. Sentimos forte atração, e isso nos mantém focados na pessoa escolhida, dai os sentimentos de defesa surgem, como medo de perder, o ciúme, e a raiva, veem os demais de nosso mesmo sexo, como rivais. Pois não queremos que outro tenha acesso ao DNA que escolhemos para que, junto ao nosso, gere uma prole forte. Entretanto este recurso de proteção, a paixão, dura pouco tempo, ou seja, o tempo necessário para que se façam várias tentativas de "cópula" e consequente gravidez, uma vez que o tempo passa, o aroma se perde e o cérebro o ignora, pois o considera inacessível ou dispensável, e começa a buscar outro.

Amor

Fala-se também do amor... Mas ninguém sabe o que é amor, esta palavra virou um conceito, uma ideia que pode ser integrada a várias outras desde que gostemos delas. Exemplo, se gostamos de uma animal, podemos definir nosso gostar como amor, se gostamos de uma pessoa, também o fazemos, colocando hierarquia nesta questão, o amar de irmãos, de família, de amigos, de homem e mulher. Mas o que vem a ser o amor, tão falado pelos poetas e os amantes? Amor que torna uma pessoa frágil, violenta, rebelde, passiva, um sentimento que tem muitos atalhos? O amor é parte da química que começou com a paixão. Quando nos apaixonamos, mesmo que este sentimento quimico tenha tempo definido, ou prazo para expirar, precisamos encontrar na pessoa que gostamos algo que a defina como diferente das demais, então focamos em algo que seja mais característico na pessoa, ou em algo que gostamos em nós mesmos, ou até, algo que nos frustra. Podemos acreditar agora que estamos apaixonados, que os lábios da pessoa que gostamos, é magnífico, o tom de voz, o desenho dos dentes, a forma de falar, de andar, de fazer caretas, de olhar, de se vestir, o perfume que usa, a música que ouve. Qualquer coisa pode ser usada como meio de focar na diferença que se quer, subconscientemente ver na pessoa para diferenciá-la dos demais. Uma vez que esta pessoa está em nossa mente, e tem o DNA compatível, ela fica registrada de forma que vemos nela "algo" que não entendemos, e que queremos sempre conosco, torna-se então uma necessidade ter esta pessoa, de forma que esta fica em nós, ou melhor, os detalhes que escolhemos subconscientemente para focar, se impregnam psicologicamente em nós e não queremos soltá-lo. Torna-se parte de nós, por vezes mais importante que a nossa própria vida. Somos todos frustrados desde o nascimento, e precisamos tapar este "buraco" que ficou em nós, e buscamos em outra pessoa, esta chance de nos tornar mais completos. Talvez você pergunte: Mas e aqueles que se separam depois de anos de casados? E aqueles que dizem que amam e são violentos? Aqueles que dizem amar e buscam outras pessoas fora de seu relacionamento? Estas entre outras questões, estão longe da caracterização natural da paixão ou do foco que chamamos amor, estas situações, são questões psicológicas confusas, que tiram o indivíduo de seu contexto natural e o envolve em questões adquiridas na infância.

Se o amor é químico... Então ele não existe?

Seu corpo é químico, seu medo, sua coragem, seus hormônios, suas enzimas, seus fluidos corporais, os pulsos elétricos que percorrem seu corpo e seus neurônios, entre outros, são químicos, você é químico, seus pensamentos dependem de estruturas químicas... Só porque alguém classificou determinado tipo de reação química como "amor" e criou vários modos de falar dele, e de relacioná-lo as coisas comuns de nossa, vida, não quer dizer que se torne algo divino. Temos a mania de creditar tudo que não entendemos como sobrenatural divino ou terrível. Fantasiamos as coisas e tornamos todas elas em poesia, fantasia de vida ou sonho... Isso é uma absurda fuga da realidade. O que temos em nós é quimico, afinal, somos feitos do mesmo material das estrelas, de tudo que há no universo, sem moléculas, não teríamos um corpo, sem eletromagnetismo, não teríamos um corpo solido, estaríamos espalhados por todos os lados. Sem a química, nosso corpo e cérebro não trabalhariam e nada seríamos, portanto é natural que tudo que ocorra em nós, esteja dentro deste contexto. Por um filho não temos amor? Lembre-se de que, por mais estranho que esta resposta possa ser, saiba que o amor por um filho, é o amor em defesa de nossos genes. Nossos filhos tem nosso DNA, ele é a demonstração de que existimos um dia, e por isso, defende-lo, é defender o que deixamos para ele como legado de uma geração que está se acabando. Sentimos necessidade de fazer qualquer coisa para manter parte de nós vivos... Não é frieza minha forma de explicar, mas sim, um realidade. Compreenda que, somos nós quem criamos as fantasias e adaptamos nossa vida a ela. Tornamos esta fantasia em uma necessidade e a levamos conosco como uma verdade inquestionável.


Emilson Oak

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