Doenças Mentais e a Indústria Farmacêutica... Parando para pensar.

13:37:00 Fabiano L. Lemos 1 Comments



Bom, não queremos aqui ter uma visão contra ou a favor, pois sabemos que a medicação psicotròpica é necessària na CONTENÇÃO de surtos psicòticos positivos, e em alguns casos de esquizofrenias demenciais, mas realmente teria esse poder de panacèia para tudo, criando a dependência do seculo XXI, as pìlulas? Quando falamos de Ronald Laing , Thomas Szas, Foucalt, pensadores na àrea, e eles nos deixam transparecer que a esquizofrenia seria algo fabricado culturalmente, apòs o sèculo XVI, onde a figura de um shaman com suas visões estaria deslocado no tempo, e culturalmente hoje, com suas visões de alto prestigio e conceito na tribo, ROTULADOS como delirio positivo psicòtico ou esquizofrênico.  É deveras ilustrativo lembrar que no século passado na década de noventa, quando ainda estava nos bancos da faculdade de psicologia um renomado professor de psicofarmacologia colocou o segunte fato: "Caso colocassem hipotéticamente uma pilha com todos os remédios fabricados pela indústria farmacêutica para todas as doenças, o de psicofarmacos SOZINHO, alcançaria o dobro do tamanho da pilha de todas as drogas farmacêuticas para todas as demais doenças". Só esta constatação, se veridica, já daria o que pensar. Por isso deixamos  para voces pensarem e refletirem no que exporemos a seguir.

"Parece que os americanos estão em meio a uma violenta epidemia de doenças mentais. A quantidade de pessoas incapacitadas por transtornos mentais, e com direito a receber a renda de seguridade suplementar ou o seguro por incapacidade, aumentou quase duas vezes e meia entre 1987 e 2007 – de 1 em cada 184 americanos passou para 1 em 76. No que se refere às crianças, o número é ainda mais espantoso: um aumento de 35 vezes nas mesmas duas décadas. A doença mental é hoje a principal causa de incapacitação de crianças, bem à frente de deficiências físicas como a paralisia cerebral ou a síndrome de Down. Um grande estudo de adultos (selecionados aleatoriamente), patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental, realizado entre 2001 e 2003, descobriu que um percentual assombroso de 46% se encaixava nos critérios estabelecidos pela Associação Americana de Psiquiatria, por ter tido em algum momento de suas vidas pelo menos uma doença mental, entre quatro categorias. As categorias seriam “transtornos de ansiedade”, que incluem fobias e estresse pós-traumático; “transtornos de humor”, como depressão e transtorno bipolar; “transtornos de controle dos impulsos”, que abrangem problemas de comportamento e de déficit de atenção/hiperatividade; e “transtornos causados pelo uso de substâncias”, como o abuso de álcool e drogas. A maioria dos pesquisados se encaixava em mais de um diagnóstico. O tratamento médico desses transtornos quase sempre implica o uso de drogas psicoativas, os medicamentos que afetam o estado mental. Na verdade, a maioria dos psiquiatras usa apenas remédios no tratamento e encaminha os pacientes para psicólogos ou terapeutas se acha que uma psicoterapia é igualmente necessária. A substituição da “terapia de conversa” pela das drogas como tratamento majoritário coincide com o surgimento, nas últimas quatro décadas, da teoria de que as doenças mentais são causadas por desequilíbrios químicos no cérebro, que podem ser corrigidos pelo uso de medicamentos. Essa teoria passou a ser amplamente aceita pela mídia e pelo público, bem como pelos médicos, depois que o Prozac chegou ao mercado, em 1987, e foi intensamente divulgado como um corretivo para a deficiência de serotonina no cérebro. O número de pessoas depressivas tratadas triplicou nos dez anos seguintes e, hoje, cerca de 10% dos americanos com mais de 6 anos de idade tomam antidepressivos. O aumento do uso de drogas para tratar a psicose é ainda mais impressionante. A nova geração de antipsicóticos, como o Risperdal, o Zyprexa e o Seroquel, ultrapassou os redutores do colesterol no topo da lista de remédios mais vendidos nos Estados Unidos"
                                                     A Epidemia da doença mental - Marcia Angell. - Revista Piaui ed. 59

Então, diante de tal situação, nos é fácil as seguintes perguntas: O que causou tudo isso? O que está por trás desse crescimento de doenças mentais, aliadas a "terapia farmacológica"? Estamos vivendo uma explosão de remédios que supostamente curam? A sociedade tem avançado dentro de um padrão de crescimento estabelecido quase que aleatoriamente pelos conceitos que vão surgindo ao longo dos anos, ou seja, não há um planejamento correto e sim instintivo que guia a humanidade para algum lugar. É provável que este seja um dos problemas que nosso cérebro não consegue compreender com a distinta facilidade, para que não tenhamos um surto. As pessoas encontram dificuldade de lidar com a realidade e com o passar do tempo, esta dificuldade é transferida como "herança genética", criando um alto nível de ansiedade que levam as pessoas ao medo e ao surto psicótico. Tudo está avançando mais rápido do que se consegue entender, a tecnologia, as informações, os estudos, etc., o que nos coloca numa situação curiosa... Como o cérebro não consegue interpretar toda a informação disponível a medida que esta surge, a mente se fecha para o que ocorre, mas ao mesmo tempo, ela não aceita este recurso, vindo a buscar à todo custo uma resposta às perguntas mudas, e isso cria uma situação de bloqueio, fuga da realidade, ansiedade, etc, só que num padrão fantástico que nos levam ao surto psicótico. Como se esta "loucura" que a sociedade experimenta, fosse uma anomalia causada por uma mente que não consegue interagir com o todo. Ficamos violentos, explosivos, depressivos, esquizofrênicos... Pode haver uma reação eletroquímica no processo? Sim, o cérebro trabalha exclusivamente com isso, é assim que ele interage com a realidade que criamos. Mas como explicar crianças psicóticas, esquizofrênicas, depressivas, com transtornos bipolares? Ai vem de novo a "herança genética". Se pensarmos de forma mais ampla, o que ocorrem com os jovens não é nada mais do que aquilo que damos a eles. Os remédios resolveriam este problema? Talvez. Sim, talvez, afinal, como poderíamos administrar tal certeza diante de uma situação que pode ser passageira? Antes, a terapia da conversa funcionava, a terapia da interação também, mas agora estamos no processo "estranho" da terapia farmacológica como meio de se resolver problemas dos quais só se está vendo o momento atual. Nossa sociedade cresce com velocidade maior do que a maioria consegue seguir, isso nos leva a confusão mental, já que não seguimos com a devida energia o mundo que infla. Os remédios parecem ter tomado um lugar em nossas vidas de "salvador da realidade incompreesível", e assim, encontramos mais remédios para doenças mentais do que cremes para cabelo, remédios para dores de cabeça, febres, e simples dores de barriga. Aonde estamos indo com isso tudo?
Marcia Angell na Revista Piaui, nos mostra questões interessantes que preocupam os autores de livros polêmicos que vêm de diferentes formações: Irving Kirsch que é psicólogo da Universidade de Hull, no Reino Unido; Robert Whitaker é jornalista; e Daniel Carlat é um psiquiatra que clinica num subúrbio de Boston. nos faz pensar sobre que tipo de respostas poderíamos ter. E são elas: "O que está acontecendo? A preponderância das doenças mentais sobre as físicas é de fato tão alta, e continua a crescer? Se os transtornos mentais são biologicamente determinados e não um produto de influências ambientais, é plausível supor que o seu crescimento seja real? Ou será que estamos aprendendo a diagnosticar transtornos mentais que sempre existiram? Ou, por outro lado, será que simplesmente ampliamos os critérios para definir as doenças mentais, de modo que quase todo mundo agora sofre de uma delas? E o que dizer dos medicamentos que viraram a base dos tratamentos? Eles funcionam? E, se funcionam, não deveríamos esperar que o número de doentes mentais estivesse em declínio e não em ascensão?" Essas são as questões que preocupam os autores de três livros provocativos, aqui analisados. Eles vêm de diferentes formações: Irving Kirsch é psicólogo da Universidade de Hull, no Reino Unido; Robert Whitaker é jornalista; e Daniel Carlat é um psiquiatra que clinica num subúrbio de Boston. Os autores enfatizam diferentes aspectos da epidemia de doença mental. Kirsch está preocupado em saber se os antidepressivos funcionam. Whitaker pergunta se as drogas psicoativas não criam problemas piores do que aqueles que resolvem. Carlat examina como a sua profissão se aliou à indústria farmacêutica e é manipulada por ela.
A indústria farmacêutica se tornou um dos poderes do nosso século, e não só facilita a compra de remédios, como nos manipula a comprá-los como meio de se resolver problemas psiquicos e físicos. Psiquiátras se tornam ferramentas de manipilação dessas poderosas corporações pelo mundo. Aonde ficam as terapiam cuidadosas onde os pacientes são respeitados mesmo que nem saibam o que está acontecendo? Pelo visto foram ou serão, tranformadas em terapias químicas que não resolvem problemas e sim os mascaram. Como dissemos no início, entendemos que em alguns casos os remédios são necessários, mas o que vemos atualmente é um terrível crescimento do uso farmacológico para tudo, e o crescimento acelerado das doenças mentais adquiridas de pais para filhos... Pelo uso de remédios? Pelo crescimento alucinado da sociedade em termos de cultura e tecnologia? Talvez. Saibam que drogas psicoativas são vendidas quase que, como balas em uma loja de doces. As indústrias farmacêuticas determinaram o que são doenças psiquiátricas e criam os remédios próprios para cada uma, afinal, isso nos faz pensar... Não seriam as indústrias farmacêuticas, manipuladoras, subornadoras e que tem receita de bilhões de dolares anuais um caso de saúde pública? Pensem sobre isso.

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