COMO PROMETEMOS ANTERIORMENTE A INTRODUÇÃO DO LIVRO DO NOSSO COLABORADOR E AMIGO : EMILSON OAK A SER LANÇADO EM AGOSTO DE 2013 AGUARDEM EM BREVE EM OUTRAS LINGUAS ALÉM DO PORTUGUÊS POR ENQUANTO AMIGOS DE MUNDO A FORA USEM OS TRADUTORES DA PAGINA DO BLOG DIVIRTAM-SE!! UM OUTRO TIPO DE FICÇÃO,MAS NA TEORIA DOS MULTIVERSOS QUEM SABE ? EM ALGUMA DAS QUASE INFINITAS REALIDADES PARALELAS...
Caminhos Perdidos
Destinos
RESUMO
Bloco Militar 72 – Setor de Prisioneiros Perigosos
22 maio – 23:18 hs
Relato Digital nº 7947-2 AMj
Chamo-me Dorx Perk, mas antes que eu fale quem sou, e o porque
deste relato, quero registrar alguns fatos que considero muito importantes para
que se possa entender como funciona o meu mundo, sua política básica, e
cultura. Estou neste momento olhando para uma paisagem verde, tendo como pano
de fundo uma montanha cinza-azulada e o céu coberto por nuvens. É uma manhã de
inverno e este é um dos poucos lugares no mundo que não foi modificado e mantém
sua paisagem ao natural, sem edifícios e espaço-portos, ou condomínios
elegantes para alienígenas de todos os lugares, aqui tudo ainda é puro. Eu amo
este lugar. Estou no planeta Terra, e o ano em que vivo segundo os velhos
calendários é, 2368. O mundo se militarizou e as nações antes tão desunidas e
politicamente conflitantes, se tornaram um único estado, que, com a ajuda de
seres de “fora”, nos tornamos um mundo poderoso e frio, cheio de regras e total
falta de humanidade. As crianças não vivem mais com suas famílias como antes, e
sim em academias militares. As famílias só se formam por um período de cinco
anos, e durante este tempo acompanham seus filhos até que no sexto ano se
desfazem e as crianças passam a pertencer ao estado, enquanto os membros da
família se separam e vão formar novas castas. O sistema de governo, não é
inédito, é uma forma de TRIUNVIRATO, com três governantes decidindo entre si o
destino do mundo e todos aqueles que nele moram. Antes deste sistema, as linhas
de governo eram simples e vivenciamos com elas muitas guerras e mudança de
governantes em diversas partes do planeta. A pobreza, a fome, invasões eram o
comum diário do mundo antigo. Logo após – 10 anos – do terceiro conflito
mundial armado, que não trouxe a destruição tão esperada, mas sim, a morte por
armas químicas cada vez mais potentes que espalharam na atmosfera uma
quantidade absurda de vírus que quase dizimou na sua totalidade a população.
Por quase 150 anos os cientistas lutaram para conter os mesmos vírus que em
pouco tempo criaram. Quando o mundo se viu novamente habitável, e os
sobreviventes doentes ou não, que pudessem carregar em seus DNAs algumas das
doenças que assolaram o mundo, foram sendo cadastrados, logo entraram no plano
de limpeza da raça, que na verdade era um sistema de eliminação dessas pessoas.
Um novo governo então foi proposto, de forma que situações como aquela da
guerra, não mais ocorresse, pois sem problemas políticos regionais ou mundiais,
não haveria mais motivos para guerras, e foi que durante uma reunião no antigo
prédio da ONU em Nova York,
chefes de governos da Terra se uniram e se unificaram em reuniões que duraram
quinze anos, como sendo esta a fórmula para acabar com toda e qualquer crise.
Surgiu na época, várias fórmulas para ser votadas e promulgadas, e foram:
presidencialismo total mundial, com um único presidente; O monárquico,
transformando o mundo num sistema imperial; O empresarial, que formaria um
grupo para agenciar e administrar o mundo como uma grande empresa no universo,
mas nenhuma dessas propostas descritas com minúcias em dezenove volumes de mil
páginas cada foi aceita. Veio então no verão, durante uma das reuniões de fim
de semana uma nova e curiosa proposta que basicamente foi aceita na mesma hora.
Os continentes formariam três grandes blocos, e deles seriam nomeados
representantes políticos em numero de três, um para cada continente e estes
seriam os comandantes do planeta, um triunvirato, como ocorreu em Roma, na antiguidade.
Os blocos seriam então formados da seguinte forma: Europa Oriental, Europa
Ocidental e África, Ásia e Oceania e por fim, as três Américas. O governo
tripartido foi formado e se tornou militarizado, é claro que como em qualquer
forma de governo, os rebeldes surgiram e ordens marciais foram criadas para
conte-los. Houve durante muito tempo, prisões e mortes por todos os lugares. A
religião também havia mudado, e passou a ser a tecnologia, uma religião
dominadora que não aceitava sob hipótese alguma outra linha de pensamento que
não ela mesma, a TECNOVITA. Ao longo dos anos, quando tudo parecia em paz, uma
nova forma de ver o mundo, de conceituar as coisas, veio surgindo das trevas do
esquecimento, esta linha de idéias não aceitava a tecnologia como algo a ser
venerado e seguido, não aceitava a dissolução da família e não aceitava o
militarismo como forma de aprendizado para crianças. No início, o triunvirato
via esta casta reduzida de seguidores, como um bando de loucos fanáticos e
fantasiosos. Com o passar do tempo, viu-se que eram reais, mas o governo os
creu como desajustados que não entendiam sua própria sociedade, eram seguidores
nostálgicos do velho regime e que não tardaria a sucumbir diante de uma forma
mais poderosa de demonstração de divindade, a tecnológica. Buscou-se então
descobrir de onde vinham estes desajustados e onde se reunião, e se escondiam.
Inútil é claro. O crescimento deste grupo era enorme e pessoas das classes mais
altas se entregavam a esta novidade.
Confusões políticas aconteceram e em alguns poucos lugares se via
batalhas campais contra a Tecnovita O triunvirato promulgou leis que tornaram
os grupos autodenominados “Arautos do Cristo” e “Cristãos”, como
contraventores, um crime que poderia levar a morte sem julgamento, mas membros
do próprio governo foram pegos se dizendo “arautos e cristãos”, o problema
cresceu. Em anos de busca não se conseguiu saber onde se reuniam ou se
escondiam estes grupos. O governo colocou-os como grupos terroristas de alta
periculosidade, e como a população não parecia convencida disso, criaram-se
então atentados terríveis e colocaram supostos membros das duas facções como
autores do crime, jogando assim a população contra eles, reduzindo o espaço de
suas atividades. Batalhas campais e verbais se tornaram comum e o governo ficou
mais cruel e violento na tentativa de acabar com esta religião que queria
destruir a Tecnovita. Buscaram-se nas bibliotecas secretas informações que
pudesse explicar a origem das duas facções religiosas, e soube-se quem foi o
responsável pela existência delas.
Quanto a mim, sou do mundo conhecido como Ghyrr, um mundo em
órbita da estrela Mintaka na Constelação de Orion, ou seja, sou um ghyrriliano
e lógico, oriano. Venho de um planeta conturbado e fragmentado por inúmeras guerras,
que tornou a população formada por mercenários, assassinos, traficantes, etc. Minha
profissão, como a de muitos em meu mundo é... Assassino. Matei muitos seres por
fortuna, em muitos mundos por onde estive, gostava do que fazia e da emoção do
perigo que isso me trazia, por ser mais ousado e fazer coisas que outros
assassinos não faziam, me tornei mais procurado, mais bem pago, o melhor.
Indicado para qualquer trabalho, sendo fácil ou difícil, o pagamento era
surpreendente.
E eu fui escolhido de uma forma pouco usual, para ser o
“arauto” do triunvirato na resolução do problema político-religioso.
Este relato é a prova de que se pode mudar quando realmente se
quer, por mais difícil que seja a escolha inicial, sempre há uma saída. Eu fui
enviado para um local inimaginável, para matar alguém que confesso, é
inacreditável e surpreendente, uma existência singular, com um objetivo
fascinante. E minha escolha me trouxe tantos problemas entre os meus, que sigo
pensado se deveria ter aceitado quando tive tempo e oportunidade de dizer não.
Fui por muito, chamado de traidor de meu mundo e de nosso modo de viver.
Pergunto-me sempre antes de dormir se realmente sou um traidor. Pergunto se um
homem que dirige sua própria vida (como faço agora), que diz o que acredita ser
a verdade, que não teme assumir algo, se este homem é um traidor... Talvez o
fosse se considerar que devemos respeito absoluto a sociedade de meu mundo e
seguir padrões por ela estabelecidos sem que sejamos ao menos consultados. Sei
que podem dizer como eu que nasci numa sociedade assim e não tenho nenhuma
referencia de outra qualquer, posso definir isso como errado? Sei que o que digo agora não faz o menor
sentido para você, mas faz para mim e para minha consciência. Estou atualmente
preso por não completar uma missão conforme queriam, e por destruir
completamente o meio de que alguém mais pudesse completá-la em meu lugar. Não
me arrependo de forma alguma do que fiz e certamente repetiria tudo outra vez.
Conheci alguém em minha missão, não uma mulher, mas um homem,
um homem com padrões morais e filosóficos totalmente diferentes de tudo que eu
já vira ou ouvira em minha vida. Um homem que tinha na sua forma de falar, mais
força que as armas de meu tempo, um homem que nada exigia, que ao olhar para
alguém, não se via rancor, dúvida, hesitação, mentira ou coisas do gênero. Sei
que vai dizer que pessoa assim não existe que é uma fantasia, etc. Pode ser que
não exista mais alguém assim no mundo de hoje, mas eu conheci um, talvez o
único. Ao olhá-lo na primeira vez, ele para mim não passava de mais um “idiota
primitivo”, uma perda de tempo, um homem qualquer. Eu o vi conversar com
ladrões, prostitutas, militares, arruaceiros, religiosos e toda sorte de
pessoas que viviam na sua sociedade. Realmente para mim pouco importava, não
passavam de lixo e inúteis. Seu próprio país não passava de um lugar sujo e
fedorento, onde poderia ploriferar doenças inimagináveis, dadas as condições de
limpeza inexistente no lugar. Mas ele venceu tudo isso, como se na verdade nunca
tivesse nascido lá, e sim, em algum lugar distante, e que lá estava, para
acabar com aquela sociedade destrutiva, gerando evolução mental, social e
filosófica. Por várias vezes eu o vi tropeçar e levantar-se sorrindo, dizendo
em seguida: “Assim como cai e levantei sem reclamar, deve ser a vida de
todos, quando caírem, levantem-se e continuem, sem reclamar”.
Quantas vezes o vi dividindo um alimento qualquer que ele
tinha em pouquíssima quantidade com outras pessoas, e olhá-las com certa
candura... Quantas vezes o vi enfrentando sozinho a fúria de um homem que batia
em seu escravo, de um soldado açoitando um infeliz, ou aos maus tratos
impingidos a uma criança ou mendigos por alguém. Ele era bem visto por uns e
mal visto por outros, na verdade havia um jogo político e religioso em que os
dois lados se utilizavam dele para provar suas idéias, teorias e o poder. Mesmo
assim, ele parecendo saber o que estava acontecendo, sorria, e olhava para
todos como quem olha para uma criança que brinca.
E você poderá me perguntar: “E daí, porque deste relato?” e eu
te respondo... Eu fui até este homem, em seu tempo, para matá-lo. Sim, fiz uma
viagem no tempo, por mais improvável e absurdo que isso possa parecer, para
matar este homem, talvez o maior de todos. Não sei se era humano, alienígena,
ou uma divindade. Sei que o conheci e isso mudou muita coisa em mim.
De forma alguma sou religioso ou absorvi a filosofia de alguma
religião terrestre, o que relato foi o que senti ao conhecer este homem que
nada tinha de humano, e o que fiz do conhecimento obtido.
2 comentários:
Muito bom, Parabéns e Sucesso !
Muito bom, parabéns e sucesso ai !
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