O CERTO E O ERRADO, O
BEM E O MAL
O conceito de um ou
de todos?
O que é o certo e o que é o
errado? Será que sabemos mesmo distinguir um do outro? Ou meramente seguimos regras não escritas,
determinadas pela sociedade sonâmbula? Não seria de forma alguma incorreto
dizer que o bem e o mal são conceitos, ou características ligadas diretamente a
nossa natureza. O primeiro passo de uma lei não é pensar na sociedade, mas na
auto preservação, na auto defesa, utilizando palavras bem cuidadas para
justificar atos nem sempre compreensíveis e partem de nós, de nossa natureza, nosso
conceito estas leis. Então estariam os conceitos de bem e mal, ligados aos de
certo e errado? É possível, afinal, vemos a vida e buscamos entende-la à partir
de nós mesmos. O medo que temos e as dúvidas nos fazem querer
subconscientemente no que devemos fazer para nos preservar. Exemplo disso é
sabermos que algo de ruim aconteceu com alguém, criamos leis para impedir que
ocorre de novo, não porque temos certeza de que era um ato ruim ou errado, mas
porque sabemos que pode ocorrer conosco, então nos precavemos disso. Quando
aceitamos algo que nos facilita, sabemos que este mesmo pode facilitar outras
pessoas, por esta razão, temos tanto cuidado com o que devemos ou não fazer...
No mundo real, ninguém leva vantagem em nada, pois o que serve para um, consequentemente
pode servir a todos. Consideramos atos como, matar, prender, destruir,
escravizar, entre outros, como errados, porque estamos sujeitos a estes mesmos
atos, assim como para aqueles atos que consideramos certos, porque não nos
ferem. Baseado neste raciocínio, o que realmente sabemos sobre o certo e o
errado, se tirarmos a nós mesmos desta equação? Provavelmente nada. Talvez
alguém questione, “certo e errado, bem e mal, não é uma questão de consciência?
De evolução? De entendimento?” Pode ser, mas como esta consciência se formou,
senão de experiências e determinações pessoais baseadas em vivência. A nossa
consciência não se formou à partir de uma evolução cósmica, e sim de
experiências vulgares e necessárias, como o medo... Este sim, foi o sentimento
mais profundo que deu direito as primeiros homens e depois as sociedades de
determinar o que era certo e errado, o que era bom ou ruim, ou seja, o que me
fere e causa dor ou morte, é ruim, o que me trás prazer, conforto e me favorece
é bom. Há dentro de cada um de nós, como se fossem registros ou mesmo herança
genética, vindo de nossos antepassados longínquos, algo que nos diz que a vida
é importante, algo que nos deu consciência de que existimos mesmo sem saber o
motivo, mas temos ciência até certo ponto, de nossa existência, de que a
família é necessária, os amigos são uma benção, etc... Mas o que significa
realmente isso? A vida nos é importante porque a nossa consciência não vai além
daquilo que vemos e experimentamos o que significa em outras palavras, que é
tudo o que temos e não queremos perder. Podemos até mesmo arriscá-la ou dá-la
em troca da vida de outro alguém, porque subconscientemente desejamos uma forma
de recompensa por isso. A família simboliza que pessoas com propósitos
idênticos se unem para dar sequencia a raça, gerando filhos e os ensinamentos
de como ser um membro do planeta onde vivem. Através da família mantemos vivo o
nosso DNA e nossa espécie, nos perpetuando mesmo depois que morremos. Os amigos
são um caso mais complexo, pois serviam ancestralmente como meio de defesa...
Se temos aqueles a quem podemos chamar de amigos, então eles são nossa defesa,
são aqueles que não nos permitem sentir solidão, outro medo humano e são
aqueles a quem podemos confiar segredos, isso é defesa da sobrevivência. Este pensamento é errado? Duro? Pode ser, mas
se olharmos a vida humana sem romanceá-la, vemos o que somos realmente. O homem
que luta por seus filhos e família (salvaguardando seu DNA) pode ser o mesmo
que matará os filhos e a família de outro. Então, o bem e o mal estão dentro do
mesmo sistema, o certo e o errado são pontos de vista... Desta forma, retorno a
pergunta: O que é o certo e o errado? O que é o bem e o mal? Este contexto de
dualidade está inserido na vida humana de muitas formas, pois em tudo vemos o
conceito da dualidade, de tal forma que não questionamos mais o seu significado,
apenas seguimos as regras, de forma mecânica, dormindo, longe de sabermos a
verdade ao nosso redor, daí, o que fazemos com tudo isso no nosso dia a dia,
faz surgir uma nova pergunta: Haveria desrespeito, medo, traição, violação,
corrupção, morte se os conceitos de bem e mal não existissem, ou tudo isso
seria parte de nossa vida cotidiana como algo comum? Quem sabe? Talvez exista
tanta complexidade em nossos pensamentos, ações e no entendimento de nossa
própria existência, que, se tais conceitos não existissem, criaríamos outros
equivalentes. A verdade ´que pensamos à partir de nós, para fora... A bondade
nada mais é que uma espécie de esperança de retorno de nossas ações e a
maldade, é o recurso do medo que sentimos por sabermos como somos por dentro e
espelhamos isso nos outros. Certa vez ouvi alguém dizer que, “ a felicidade de
um, é a desgraça de outro”, será? Não seria olhar a desgraça do outro e dizer,
“dessa eu escapei?” Independente de filosofarmos sobre isso, a pergunta
permanece em aberto e cada um terá sua própria resposta, não havendo neste
momento um que seja certa e uma que seja errada, reagimos ao mundo conforme nós
o entendemos... O que é o certo e o que é o errado? O que é o bem e o que é o
mal? Não estou fazendo conceituações religiosas, mas sim, pessoais... No
sentido de que cada um tem sua própria forma de entender isso e agir conforme
compreende. Afinal, mudam as formas de pensar sobre algo, mas a base do
questionamento continua o mesmo. Pensem!
Emilson Oak - 2015
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